O ministro Gilberto Carvalho, depois de uma pressão da bancada religiosa, informou que o governo decidiu suspender todas as produções que estavam sendo editadas pelos Ministérios da Saúde e da Educação, planejadas para serem distribuídas em 6 mil escolas de ensino médio em todo o país.
"A presidenta decidiu suspender esse material e suspender também a distribuição," disse o ministro, segundo a Agência Brasil.
De acordo com Carvalho, todo material sobre “costumes” deve ser produzido depois de consultar a setores da sociedade, inclusive a bancada religiosa.
“Nós entendemos que é importante que, para ser produtivo e atingir seu objetivo, esse material seja fruto de uma ampla consulta à sociedade, para não gerar esse tipo de polêmica que, ao fim, acaba prejudicando a causa para a qual ele é destinado," disse Carvalho.
“O governo informou aos deputados que estão suspensas todas as produções de materiais que falem dessas questões, sobretudo dessa questão comportamental," reforçou o ministro.
A decisão veio depois que os membros da bancada evangélica e católica se encontraram com Carvalho para contestar os materiais do Ministério da Educação, da Cultura e da Saúde.
O material contém vídeos que expõem a homossexualidade e eles causaram polêmica depois que foram vistos pelos deputados evangélicos e depois vazados na internet. Os deputados alegam que os vídeos servem como promoção à homossexualidade.
Nesta terça-feira, eles se reuniram para discutir o material e tentar o impedimento da distribuição do kit. Na reunião, os deputados haviam decidido entre outras coisas fazer um pedido de exoneração do ministro Fernando Haddad e a articulação de uma CPI sobre o Ministério da Educação.
O ministro Haddad – que alega que a violência contra o público gay é muito grande – havia deixado os deputados evangélicos enfurecidos ao voltar atrás em sua promessa de consultar a bancada evangélica e católica antes de distribuir o material.
O kit de combate à homofobia foi elaborado com intenção de destruir a imagem estereotipada de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais.
Os kits foram feitos com recursos da Educação Nacional de Desenvolvimento (FNDE) e por acordo entre o Ministério da Educação e Cultura (MEC) ea ONG ECOS.
